sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A bordo da jangada - Dia 3

Retornei na quinta e encontrei Geraldo, mais conhecido como Bel, quem me apresentou um grupo de pescadores. Fui alertado de que aquele não era um bom horário pois já estavam todos bêbados e de fato, estavam, porém isso não me incomodou. Peguei uma cadeira, sentei entre eles e comecei a puxar assunto sobre a atividade da pesca.

Nesse momento chegou um pescador, indicado pelos outros para representar-lhes, Durval. Ele não tem telefone, mais está lá todos os dias, junto com os outros. Conversamos sobre a tradição, sobre como essa tradição resiste com o crescimento da cidade e com os adventos dos novos processos industriais e sobre o que é modificado com esses novos processos; uma abordagem sobre a tradição e a ruptura.

O interesse principal do encontro foi o estabelecimento de laços de confiança entre o documentarista e os pescadores.

A maioria mora no nordeste da Amaralina e Boca do Rio.

A constatação que tive nesse encontro é a de que sub-colônia de pescadores da Pituba é uma excelente opção para potencializar a estética fotográfica do filme por conta dos ângulos, enquadramentos e objetos de cena daquele lugar, junto com os seus personagens caricatas, arquétipos do universo temático abordado no documentário.

Sugiro que sejam antecipadas pelo menos duas diárias de gravação para aquela localidade, para o inicio dessa próxima semana, já que aquela unidade será removida para outra cuja perspectiva fotográfica não tem o mesmo apelo estético que a primeira.

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