quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Jangada dia 29/01/2010 - filmagens.







Jangada dia 29/01/2010 - filmagens

Seu Balbino, pescador de Paripe.


Seu Curio, pescador de Paripe.








Marisqueiras de Paripe.

Jangada dia 28/01/2010



Seu Jairo.

Jangada dia 28/01/2010

Uma mutuca, cobra do mar.



Puxada de rede em Paripe.


Paripe.


Marina, fotografa e Fabricio, diretor.



Paripe.




Jangada dia 27/01/2010









Fotografias de Karina Muniz

Jangada dia 27/01/2010














Fotografia de Karina Muniz


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"A jangada voltou só" é um roteiro de Emanuela Yglesias, premiado pelo Edital 26 Doc's, do IRDEB e Funceb, que será produzido pela Draco Imagens. O documentário abordará a vida dos pescadores, a tradição, a evolução. Uma Bahia antiga que sobrevive e co-existe no litoral soteropolitano em meio ao desenvolvimento urbano da metrópole. Dirigido por Fabrício Rodriguez, esse blog é um diário de bordo do diretor.



sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A bordo da jangada - Dia 4

Até o momento há um pouco de dificuldade para estabelecer contato com os pescadores do Rio Vermelho.

Agendei um contato com o presidente da colônia Z1, para quarta 10 e meia, tendo o mesmo pedido para remarcar para o fim da tarde do mesmo dia, quando não compareceu.

Encaminhei-me novamente para o local na quinta pela manhã quando o encontrei preocupado com os preparativos dos festejos de 2 de fevereiro. Insisti para que me apresentasse um grupo de pescadores. O Branco não fez objeção, porém ressaltou que eu deveria voltar outra hora pois aqueles homens que estavam por ali não eram pescadores, mas sim bebedores. Os verdadeiros pescadores só podem ser encontrados pela manhã, bem cedo, quando saem para o mar, ou bem no fim do dia, quando retornam com a pesca. Fiquei de voltar na manhã de Sábado, dia 16 de Janeiro.

Um pensamento que me vem a mente é que tanto no subúrbio ferroviário quanto na Pituba, e provavelmente em Itapoá, os pescadores tem seus cultos em suas localidades distintas, para o festejo de Yemanjá, fato que pode ser um índice para observação do que difere e do que é semelhante, na tradição de diferentes grupos, de um mesmo território que é a cidade de Salvador.

Se precisarmos de Barco para filmar algum material aqui na costa, um homem chamado Sena, que é cinegrafista inclusive, disse que tem um para alugar. Anotei o seu contato.

Para amanhã, às duas da tarde está agendado encontro com marisqueiras e pescadores do subúrbio Ferroviário.

A bordo da jangada - Dia 3

Retornei na quinta e encontrei Geraldo, mais conhecido como Bel, quem me apresentou um grupo de pescadores. Fui alertado de que aquele não era um bom horário pois já estavam todos bêbados e de fato, estavam, porém isso não me incomodou. Peguei uma cadeira, sentei entre eles e comecei a puxar assunto sobre a atividade da pesca.

Nesse momento chegou um pescador, indicado pelos outros para representar-lhes, Durval. Ele não tem telefone, mais está lá todos os dias, junto com os outros. Conversamos sobre a tradição, sobre como essa tradição resiste com o crescimento da cidade e com os adventos dos novos processos industriais e sobre o que é modificado com esses novos processos; uma abordagem sobre a tradição e a ruptura.

O interesse principal do encontro foi o estabelecimento de laços de confiança entre o documentarista e os pescadores.

A maioria mora no nordeste da Amaralina e Boca do Rio.

A constatação que tive nesse encontro é a de que sub-colônia de pescadores da Pituba é uma excelente opção para potencializar a estética fotográfica do filme por conta dos ângulos, enquadramentos e objetos de cena daquele lugar, junto com os seus personagens caricatas, arquétipos do universo temático abordado no documentário.

Sugiro que sejam antecipadas pelo menos duas diárias de gravação para aquela localidade, para o inicio dessa próxima semana, já que aquela unidade será removida para outra cuja perspectiva fotográfica não tem o mesmo apelo estético que a primeira.

A bordo da jangada - Dia 2

O primeiro contato com esse grupo de pescadores se deu às 6 horas da manhã do dia 13 de Janeiro, quarta feira, sendo que o membro do conselho com quem havia agendado o encontro não apareceu. A puxada de rede que também aconteceria naquela manhã não houve. O motivo foi a chuva. Conversei com Boi, pescador.

Boi estava consertando o motor do barco e me explicou sobre o funcionamento do motor. Ele contou um pouco sobre a tradição de pescador artesanal, cujos conhecimentos são transmitidos de Pai para filho. Ainda hoje permanece esta tradição, e segundo os próprios pescadores é como uma roda-viva, sempre tem um filho que toma mais gosto e mantém a roda girando. Os pais desejam que os filhos sigam carreiras profissionais mais rentáveis, mais na maioria das vezes não conseguem melhores oportunidades e nesse momento, aquele conhecimento ensinado pelo pai tem grande serventia, pois através desse conhecimento o pescador não vai morrer de fome.

A maioria dos homens ali tem outras profissões; eletricista, carpinteiro, pedreiro, entre tantas outras, de modo que ser pescador é mais uma cultura de beira de praia transmitida como herança dos antepassados que viveram por ali ao longo dos mais de 100 anos da colônia. Segundo os homens que pescam ali naquela região da Pituba em Salvador, aquela colônia é secular, é coisa de tataravô. Todos ali aprenderam com os antepassados. Alguns são parentes. Boi tem um filho que pesca.

A bordo da Jangada - Dia 1

Depois de marcado o encontro com lideres de colônias de pescadores, fomos primeiro até a Pituba onde encontramos um barraco em condições precárias, porém muito bom para ser explorado pela fotografia. Esse barraco serve ao mesmo tempo de ponto de apoio para os pescadores e para comércio dos peixes. Em menos de uma semana esse ponto será removido para outro bem próximo, construído pela prefeitura, com melhores condições higiênicas. No dia 17, domingo será realizada reunião do conselho, para decidir as regras do estatuto da sub-colônia, entre outros assuntos que serão discutidos.