sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A bordo da jangada - Dia 2

O primeiro contato com esse grupo de pescadores se deu às 6 horas da manhã do dia 13 de Janeiro, quarta feira, sendo que o membro do conselho com quem havia agendado o encontro não apareceu. A puxada de rede que também aconteceria naquela manhã não houve. O motivo foi a chuva. Conversei com Boi, pescador.

Boi estava consertando o motor do barco e me explicou sobre o funcionamento do motor. Ele contou um pouco sobre a tradição de pescador artesanal, cujos conhecimentos são transmitidos de Pai para filho. Ainda hoje permanece esta tradição, e segundo os próprios pescadores é como uma roda-viva, sempre tem um filho que toma mais gosto e mantém a roda girando. Os pais desejam que os filhos sigam carreiras profissionais mais rentáveis, mais na maioria das vezes não conseguem melhores oportunidades e nesse momento, aquele conhecimento ensinado pelo pai tem grande serventia, pois através desse conhecimento o pescador não vai morrer de fome.

A maioria dos homens ali tem outras profissões; eletricista, carpinteiro, pedreiro, entre tantas outras, de modo que ser pescador é mais uma cultura de beira de praia transmitida como herança dos antepassados que viveram por ali ao longo dos mais de 100 anos da colônia. Segundo os homens que pescam ali naquela região da Pituba em Salvador, aquela colônia é secular, é coisa de tataravô. Todos ali aprenderam com os antepassados. Alguns são parentes. Boi tem um filho que pesca.

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